50 anos depois da Rebelião de Stonewall, o coletivo LGBT (Lésbica, Gay, Bissexual, Transexual) celebra o Orgulho pelos direitos conquistados e segue lutando pela construção de uma sociedade com mais igualdade.
Hoje em dia fala-se muito de acrônimos como “LGBTI” ou “LGBTQ+” e palavras como “Queer” (que significa estranho) são usadas para referir-se ao setor da população cuja orientação sexual e identidade ou expressão de gênero não se identificam com a heteronormativa da sociedade.
O significado da palavra “orgulho”
A palavra “Orgulho” que define esse movimento é que ninguém deve envergonhar-se de seu sexo biológico, de sua orientação afetiva ou de sua identidade sexual. Linguisticamente, “Orgulho” visa designar a dignidade e estima que cada pessoa tem como merecedora de respeito e consideração.

Por que o Dia do Orgulho Gay é comemorado em 28 de junho?
Em 28 de julho de 1969 ocorreram os distúrbios de Stonewall (Nova York) que marcaram o inicio do ativismo nos Estados Unidos. A polícia de Nova York realizou um ataque contra o pub Stonewall, localizado em Greenwich Village esse episódio marca o começo da luta LGBT contra todo um sistema, legal, policial e social, que os perseguia.

Stonewall era um dos poucos lugares que recebiam abertamente homossexuais nos anos 60, era popular por sua clientela em sua maioria seus gays, transexuais, drag queens e prostitutos.
Naquela época era comum ataques a lugares como Stonewall o que fez a diferença foi que, inesperadamente, os clientes se rebelaram e a polícia perdeu o controle da situação. A tensão entre a polícia e os vizinhos gays de Greenwich Village durou vários dias, e em questão de semanas, o coletivo se organizou para conseguir lugares onde os homossexuais pudessem estar livres sem medo de serem presos.
As primeiras marchas do Orgulho Gay para comemorar esses eventos ocorreram em 1970 em Nova York e Los Angeles. Pouco a pouco, outras cidades de outras partes do mundo juntaram-se ao movimento, que desde então abrigaram as chamadas Pride Parades ou desfiles do Orgulho Gay para reivindicar seus direitos.

A primeira manifestação do Orgulho Gay na Espanha ocorreu em Barcelona em junho de 1977 ao longo do paseo de la Rambla, e foi liderada por vários transexuais. Convocada pela FAGC (Frente D’Alliberrament Gai de Catalunya), protestaram contra a Lei de Perigo e Reabilitação Social aprovada em 1970, que foi usada sistematicamente para a repressão da homossexualidade e da transexualidade na última parte da ditadura de Franco.
Já em Madrid primeira manifestação do Orgulho ocorreu o ano seguinte, em 25 de junho de 1978, onde cerca de 7.000 pessoas participaram.
Espanha e o movimento LGBT
A Espanha é o primeiro país do mundo em termos de aceitação da homossexualidade, apenas 6% da população acredita que é “moralmente inaceitável”.
Em 2005 foi o terceiro país do mundo, depois de Holanda e Bélgica a reconhecer o direito de matrimônio entre casais homossexuais, e o primeiro a colocar os direitos conjugais para casais homossexuais em pé de igualdade com casais de matrimônio heterossexual, como por exemplo o direito a adoção homoparental.
Possui uma das leis mais avançadas do mundo em relação à igualdade de direitos para a comunidade LGBT, resultado de uma longa jornada em que todos os cidadãos estiveram involucrados.

Madrid a manifestação mais multitudinária
Atualmente a parada mais importante do Orgulho na Europa é a de Madrid, seguida por Paris, Londres, Berlim, Amsterdã, Estocolmo e Roma.
Madrid ganhou por três vezes o prêmio como o “Melhor evento gay do Mundo” pelo Gay Travel Awards nos anos de 2009, 2010 e 2016. Em 2017 bateu o record de público em uma parada do Orgulho, onde cerca de 2 milhões de pessoas acudiram ao WoldPride.
Este ano o MADO 2019 (Orgulho de Madrid) se celebrará nas principais ruas de Madrid de 28 de junho a 7 de julho com uma extensa programação de atividades culturais (espetáculos, shows, palestras, exposições artísticas, etc.) e atividades lúdicas como competições esportivas, a famosa corridas de salto alto na rua Pelayo (bairro de Chueca) e a eleição do Mister Gay Espanha.

No dia 6 de julho, é quando ocorrerá a manifestação oficial do Orgulho LGBT, uma festa de reivindicação e celebração, com a inclusão de toda a cidadania. Começa às 17h30 na estação de Atocha e termina na praça de Colón. Uma manifestação acompanhada por um desfile popular com carros alegóricos que deverá reunir cerca de 1,5 a 2 milhões de pessoas.
Já o Pride BCN 2019 será dedicado às famílias, com o lema “porque queremos mostrar ao mundo que a única coisa que realmente importa é o AMOR”. Se celebrará no dia 29 de junho, e partirá do parque das Três Chaminés (às 18h00) e seguirá pela avenida do Paralelo até terminar na praça da Espanha.
O bairro de Chueca de Madrid

O bairro de Chueca foi desde o início do século XX um ponto de encontro clandestino para os homossexuais. Nos anos da transição do franquismo para a democracia era uma área pouco valorizada, afetada pelo tráfico de drogas, suja e com viciados pelas ruas, até que os anos 80 a comunidade LGBT se estabeleceu no bairro. Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais, todos juntos, transformaram Chueca em um espaço heterogêneo com maior liberdade, tolerância e diversidade, sendo um exemplo não só para Madrid como também para outras cidades do mundo de como a transformação de um bairro pode nascer de uma iniciativa social e popular, onde um coletivo marginalizado, fez com que um bairro pobre e deteriorado se transformasse em um centro de referências cultural.

Programação de Festas do Orgulho LGBT Madrid 2019
• Sexta-feira, 28 de junho: 50º STONEWALL ANIVERSÁRIO.
• Sexta-feira, 28 de junho: ORGULHO DE BAIRRO: eventos e atividades no bairro de Malasaña, Bairro das Letras, Lavapiés e Chueca.
• Segunda-feira, 1º de julho: INAUGURAÇÃO DA MADRID SUMMIT 2019.
• Quarta feira, 3 de julho: PREGÃO DO ORGULHO: começa a programação dos diferentes cenários de música que durará até domingo.
• Quinta-feira, 4 de julho: CORRIDA DE SALTO ALTO.
• Sexta-feira 5 de julho: XII EDIÇÃO DO CONCURSO MISTER GAY PRIDE ESPANHA.
• Sábado, 6 de julho: MANIFESTAÇÃO: de Atocha até a Plaza de Colón.
• Domingo, 7 de julho: ENCERRAMENTO MADO’19: último ato de Madrid Orgulho.
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